Por Patrícia Mirelly – Repórter Especial
No carnaval, quando
purpurinas e confetes anunciam que é tempo de esquecer o enfado da vida e a
pressa cotidiana para caminhar contra o vento, sem lenço e sem documento, em
que bloco que eu vou?
No bloco da dor, da
injustiça, da crueldade, que recusa um gesto solidário, que abandona o outro à
própria sorte? Ou no bloco do perdão, da bondade, do amor? No bloco da
compaixão, quando a voz do outro encontra abrigo para depositar sua
necessidade?
Se o carnaval é a
festa dos excessos, pois que extrapolemos os excessos da caridade, do
acolhimento, da generosidade. Se é a festa onde o compromisso com a vida e com
o outro se ausenta, que sejamos a presença que ameniza ausências.
Mas, quando fazemos
opção pela hipocrisia, com discursos que beiram o farisaísmo, frutos da falsa
sensação de que somos melhores e mais santos por não participar do carnaval,
polvilhamos mais prepotência em vez de ações corretas para servir de molde aos
que erram. De nossa conduta, dependem outras condutas. Semeemos, então, ética e
bondade.
Que tenhamos a
capacidade enfeitar os opacos da vida, de popularizar gentilezas e reverenciar
os bons modos, ser folião da própria história, assumindo a responsabilidade por
um mundo honesto e justo. Na avenida da vida, precisamos decidir em que bloco
vamos seguir.
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