No memorável dia 22 de Julho, aniversário da
cidade de Juazeiro do Norte e chegada do Papa Francisco ao Brasil, em sua
primeira viagem internacional, recebeu da mão do Deputado Guimarães PT/CE
(líder do partido na Câmara) Carta de Pedido de Reabilitação do Padre Cícero
Romão Batista. Já santo pela vontade dos nordestinos, a entrega da carta
ocorreu na tarde do dia 22 de julho no Palácio Guanabara, onde o papa é
recepcionado pela presidenta Dilma Rousseff.
“Ele é uma referência da religiosidade cearense e
nordestina e teve um legado umbilicalmente ligado à Igreja, sempre fazendo a
opção pelos simples e pelos pobres”, afirmou Guimarães. Para ele, o
momento é oportuno para tratar do tema, já que o papa Francisco “é muito
vinculado à justiça social, aos mais pobres e está resgatando o papel da
Igreja Católica”.
Toda a polêmica com relação a Cícero Romão
Batista começou com a ocorrência de um fenômeno inusitado numa sexta-feira da
Quaresma, exatamente em 1º de março de 1889. Na manhã daquele dia, a beata
Maria de Araújo, ao receber a comunhão das mãos de Padre Cícero, experimentou
algo inexplicável: a hóstia, ao tocar sua língua, se verteu em sangue. O
fenômeno passou a se repetir com frequência. A notícia se espalhou, atraindo
multidões ao povoado do Juazeiro do Norte, que viam naquele fato a comprovação
da presença de Deus entre aquele povo sofrido do sertão. A Igreja, que
enxergava com ressalvas aqueles episódios, acabou por punir Cícero após vários
pedidos para que a situação fosse tratada com cautela.
O Padre precisa passar por esse processo de
reabilitação para seguir o longo e complexo processo de beatificação.
Com a recente troca de comando no Vaticano, o
italiano dom Fernando Panico – atual bispo da Diocese do Crato, cidade vizinha
a Juazeiro do Norte, e responsável pelo processo de reabilitação de Padre
Cícero junto ao Vaticano – lamentou o fato de a reabilitação do religioso não
ter ocorrido durante o papado de Bento XVI.
Espera-se que o processo de reabilitação, agora
no papado de Francisco seja concluído.
Fonte: Veja Juazeiro
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