quinta-feira, 12 de junho de 2014

COPA COMEÇA E ESCREVE UM NOVO CAPÍTULO NA HISTÓRIA DO BRASIL

A 20ª edição da Copa do Mundo, a partir de hoje no Brasil, coloca o País no espelho do mundo, numa oportunidade rara para a divulgação da cultura, desenvolvimento urbano, pujança econômica, estabilidade política e demonstração da busca de paz. Nas próximas semanas, uma plateia de 3 bilhões de espectadores terá ampla visão das potencialidades brasileiras.
Campeonato desse nível sugere diversas leituras. A primeira delas é geopolítica, colocando o Brasil entre grupo restrito, mas ativo de países projetados pelo futebol no mundo, onde essa indústria de entretenimento se expandiu e se consolidou como esporte e diversão. Até em países sem tradição futebolística, como os Estados Unidos da América e o Japão, o futebol sedimentou seu destaque.
Há 64 anos, o Brasil registrava, pela primeira vez, a oportunidade de sediar o campeonato mundial de futebol, quando as nossas condições de desenvolvimento eram limitadas, por força de sucessivas transformações econômicas e sociais. Num hiato entre crises políticas, em 1950, o País concentrou o que havia de mais expressivo, à época, no campo do esporte futebolístico.
No campo esportivo e fora dele fizemos o melhor ao nosso alcance para, no final, registrar a derrota para o Uruguai e, por consequência, a frustração dos torcedores engajados neste esporte então em crescimento acelerado. O acidente de percurso não justificou a perda do título diante de tanto domínio de bola.
Ao longo de mais de meio século dos embates planejados pela Fifa, o Brasil acumulou cinco conquistas de Copas do Mundo e agora coloca em jogo o hexa, ou seja, o sexto título. E o faz reunindo brasileiros experientes no futebol internacional, por sua atuação nos maiores clubes desportivos do mundo, mesclados com o melhor da prata de casa.
Essa mistura produziu ótimos efeitos, no ano passado, durante a Copa das Confederações, demonstrando ao mundo não haver o País perdido seu estilo próprio de jogar, difundido por todos os continentes, embora nem sempre apreendidos lá fora. Onde houve maior adaptação ao gingado típico desse balé esportivo, o progresso do futebol é significativo, consagrando seus treinadores.
Outras leituras sobre os efeitos positivos da Copa do Mundo se voltam para as melhorias das praças de esporte. Até então elas não passavam de estádios estanques, restritos, de uso limitado. A transformação dos 12 estádios utilizados pela Copa do Mundo em arenas irá forçar naturalmente a oferta de programações continuadas de eventos, de agora em diante, garantindo o custo operacional.
O governo federal não atentou para a necessidade de explicitar, de forma clara e objetiva, a natureza dos financiamentos concedidos pelos bancos públicos e governos estaduais para a cobertura das obras das arenas, deixando propagar a ideia de que recursos orçamentários teriam custeado as obras.
Mais de R$ 8 bilhões, sob a forma empréstimos e participação acionária dos Estados compuseram a equação financeira dessas novas fontes de renda. Esses recursos retornarão sob a forma de renda auferida dos espetáculos, convenções, congressos, reuniões e promoções empresariais programadas, no futuro, para os estádios.
Quanto ao financiamento público das obras de mobilidade urbana, as populações contempladas saberão em breve valorizar as inversões financeiras. O transporte público será o meio contemplado em maior escala. As obras inconclusas estarão em breve incorporadas às cidades e, com elas, seus benefícios.

 Fonte: Díario do Nordeste

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