O que a pressa dos dias rouba durante o ano, o natal encarrega-se de emendar. Mas muitos não compreendem e, por não compreenderem, deixam escapar as singelezas que são próprias desse período. Triste realidade de quem não consegue achar tempo para ter tempo para amigos e familiares. Triste realidade de quem não consegue se desprender do mesquinho que há no mundo e viver momentos preciosos ao lado de pessoas queridas. Triste realidade de quem não tem pessoas queridas para compartilhar momentos.
O menino nasceu, mas chora ao ver a insuficiência humana. Chora ao ver um gesto solidário ser negado, chora no abandono do outro à própria sorte, chora quando vê a omissão da condição alheia. Correntes do preconceito, do amor sem amor, da vida sem vida. Não há Natal que resista a tantas ausências.
Ainda assim, o menino não desiste de preencher os opacos da vida. Quer polvilhar graça e amolecer os corações. E eis a urgência para nossos dias. Estender as mãos para aquele que caiu ou para aquele que não se encontrou. Lançar-se ao encontro do próximo, para ajudá-lo, fraternalmente, com um sorriso, um abraço, um cumprimento, esses pequenos gestos que não cobram não nada, mas que podem significar uma vida inteira.
Feliz festa do menino que, olhando o mundo, quer nos fazer enxergar além. Feliz encontro com àquele que não cansa de vir ao nosso encontro. Cristãos ou não, Natal é oportunidade de crescimento interior e amadurecimento, e por isso carece de acontecer em nossa vida, todos os dias, nas pequenas coisas. Sem alardes. Sem vaidades. Esperança, apenas. E vontade de transformar. Transformar o mundo e a realidade. Recomeçando, continuando. Vivendo.
Patrícia Mirelly - Réporter Especial
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