A ex-presidente Dilma Rousseff fez pronunciamento na tarde desta quarta-feira (31), após votação no Senado que consolidou seu afastamento definitivo da presidência da República.
Na companhia do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de
parlamentares aliados e de lideranças de movimentos sociais, Dilma falou no
Palácio do Planalto.
“Hoje, o Senado tomou uma decisão que entra para a história das
grandes injustiças”, iniciou o discurso. “Os senadores que votaram pelo
impeachment escolheram rasgar a Constituição Federal. Condenaram uma inocente e
consumaram um golpe parlamentar”, disse.
A presidente relembrou sua militância durante a ditadura
militar. “É o segundo golpe de estado que enfrento na vida. O primeiro, o golpe
militar, apoiado na truculência das armas, da repressão e da tortura, me
atingiu quando era uma jovem militante”, disse. “O segundo, o golpe parlamentar
desfechado hoje por meio de uma farsa jurídica, me derruba do cargo para o qual
fui eleita pelo povo”.
“Causa espanto que a maior ação contra a corrupção da nossa
história leve justamente ao poder um grupo de corruptos investigados”, disse.
Ela atribuiu motivações misóginas, racistas e homofóbicas ao impeachment, que classifica
como golpe de Estado. “Não gostaria de estar no lugar dos que se julgam
vencedores. A história será implacável com eles”, declarou.
Neste momento, não direi adeus a vocês. Tenho certeza de que
posso dizer “até daqui a pouco”.
Por fim, a ex-presidente citou o poeta russo Maiakovski: “Não
estamos alegres, é certo. Mas também por que razão haveríamos de ficar tristes?
O mar da história é agitado. As ameaças e as guerras, haveremos de
atravessá-las, Rompê-las ao meio, Cortando-as como uma quilha corta”.
Créditos: Notícias ao Minuto
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