De Campos Sales (CE), aos 27 anos, Tarcísio do Acordeon é um dos nomes que despontou no mercado musical em 2020. Com a letra "Nêga", composição sobre um relacionamento em crise, ele atraiu olhares e parcerias de Xand Avião e Wesley Safadão. De infância humilde, compartilhada com quatro irmãos, o instrumentista viveu parte da adolescência em Osasco (SP). Em busca de melhores condições financeiras, a família do sanfoneiro deixou à terra natal. Em 2020, ele retornou o pai para o Ceará e trará os demais familiares nos próximos meses.
Tarcísio do Acordeon aprendeu a tocar violão aos oito anos. Por influência do pai, a música sempre foi presente na vida do forrozeiro. Autodidata de sanfona, ele encarou as notas do instrumento aos 10 anos. Dois anos depois, subiu pela primeira vez em um palco em uma banda de Campos Sales. Aos 14 anos, iniciou as primeiras composições — sem grandes aprofundamentos de narrativa.
Assista "Nêga":
Um ano depois, precisou deixar o Ceará para viver com a família em São Paulo. O pai trabalhava na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) com o carregamento de frutas e verduras. Tarcísio do Acordeon até chegou ajudar a família com "bicos", mas os pais queriam que ele se dedicasse a música. Em terras paulistas, ele chegou a tocar forró em bares e casas noturnas.
Pai aos 16 anos
De um amor que começou na infância, nasceu o primeiro filho de Tarcísio do Acordeon. Cercado de medo, ele a esposa, estão juntos até hoje. O forrozeiro conta que o relacionamento dele é inspiração para estrofes de músicas românticas. "Ela me ligou dizendo estava grávida e pensou que eu iria deixar ela, mas jamais faria isso. Estamos juntos há nove anos e o nosso amor só cresce".
Atualmente, Tarcísio do Acordeon vive na cidade de Petrolina (PE). A mudança aconteceu no ano passado para facilitar a rotina na produtora Top Eventos. Ele faz parte do casting de artistas formado por Vitor Santos, Biu do Piseiro e Pisadinha de Luxo.
Ascensão musical
De volta ao Ceará, ele vendeu a primeira composição da carreira no ano passado. "Sofrer por Morena", na voz de Vitor Fernandes, atingiu mais de seis milhões de visualizações no YouTube. "Cair numa disputa não dói. Dói é sofrer por morena. Por causa dessa dor que me destrói", diz a letra que cruza termos de vaquejadas com um relacionamento amoroso. "Nunca havia vendido uma música. Essa primeira canção atraiu os olhares dos empresários do Vitor Fernandes. Em seguida, eles me convidaram para entrar na produtora", conta Tarcísio do Acordeon.
Neste ano, em plena pandemia do coronavírus, o compositor despertou a carreira de cantor. A letra "Nêga" logo invadiu o repertório de nomes nacionais do sertanejo como Henrique e Juliano. Sem realizar eventos com a presença do público, por contra de decretos estaduais e municipais contra aglomerações, a saída para divulgar o trabalho foram as lives.
Legenda: Cantor criou laços na música com nomes como Wesley Safadão
"Financeiramente, agora posso ajudar minha família. Minha mãe foi dona de casa e doméstica a vida toda. Até março do próximo ano quero trazer todos eles de volta para nossa terra e comprar uma casa", revela o cantor cearense.
A rápida ascensão musical do cearense já rendeu convite de gravadoras, mas o cantor disse não ter sentido liberdade. "Analisamos algumas propostas. Vi que ficaria muito preso. Resolvemos seguir nosso trabalho independente. Meu estilo é vaquejada. Eu penso que se entrasse em uma gravadora logo eles mudariam meu estilo", avalia o cantor.
Fonte: Diário do Nordeste
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