terça-feira, 19 de setembro de 2023

CONHEÇA A HISTÓRIA DE MARIA PINHEIRO CARDOSO; EX-PRIMEIRA DAMA DE PORTEIRAS FALECIDA NESTA TERÇA

Nasceu em Porteiras em 1928, aos 05 dias do mês de fevereiro, 7° filha de Flanklin Tavares Pinheiro e Maria Amélia Leite Pinheiro. Demonstrava especial interesse pelos estudos desde a primeira infância e dedicava boa parte do seu tempo a leitura, fato que incentivou seus pais a encaminhá-la com apenas 12 anos, para que realizasse seus estudos na vizinha cidade de Barbalha, na escola José Martiniano de Alencar. No ano seguinte, ingressou na escola normal Rural de Juazeiro do Norte onde terminou os estudos complementares e fez o curso normal. Recebeu sua carta de professora aos dezoito anos de idade, em 06 de dezembro de 1946, na 10ª turma, da qual foi oradora. 

Maria Pinheiro foi, portanto, a primeira porteirense a torná-se professora com curso completo de normalista. Pinheira, como é chamada por todos, refere-se sempre ao período de estudos em Juazeiro com grata satisfação e agradáveis lembranças, tem especial carinho por aquela terra do Padre Cicero que considera sua segunda casa, depois de Porteiras. Em Juazeiro, cultivou várias amizades duradouras, amigos com os quais sempre se comunicou, entre eles, além dos colegas de escola, aqueles ligados as atividades de lazer e cultura. Entre seus amigos figura o poeta cearense Rogaciano Leite, de Fortaleza e que, por aquela época, passava longas temporadas em Juazeiro do Norte.

Em dezembro de 1946, logo após a colação de grau, atendendo ao pedido de seu pai, volta para sua terra natal para colaborar com a educação do município, Assume, no inicio de 1947, uma cadeira no ensino de jovens e adultos. Desde então, Maria Pinheiro Cardoso, mantém um vinculo muito estreito com Porteiras e com sua história. Entre suas características desponta a capacidade mediadora e conciliatória tanto nos assuntos de ordem pública como nos assuntos de âmbito privado. Jamais se negou a prestar solidariedade aqueles que a procuraram em busca de amparo e encaminhamento para problemas de toda índole. Sua conhecida simplicidade nunca esmacceu a elegância discreta de sua postura e de suas ações, movidas sempre por inquestionável sentido de ética. Um bom exemplo disso se deu nas eleições de 1954, ocasião em que seu pai, Franklin Pinheiro e seu esposo, Aristarco Cardoso, ambos participantes ativos no processo politico que culminou com a ascensão de Porteiras à categoria de município, foram indicados como candidatos naturais ao cargo de prefeito da cidade, pelas legendas que chefiavam: UDN e PSD, respectivamente. Na ocasião, Maria Pinheiro soube manter o clima de harmonia e transparência desejado em um processo eleitoral daquela natureza. Nas gestões administrativas do seu esposo, Aristarco Cardoso, a conduta de Maria Pinheiro não sofreu alterações, a solidez e sinceridade de seu afeto e de solidariedade para com o povo de Porteiras independeram sempre dos vínculos políticos que a fizeram mais de uma vez, assumir o posto de primeira dama do município. No seio familiar bem como no desempenho de suas atividade públicas os preceitos da caridade e ética cristas prevaleceram sempre. 

Em 08 de dezembro de 1950, dia da Padroeira da cidade, casa-se com José Aristarco Sampaio Cardoso, na igreja de Nossa Senhora da Conceição, e passa a residir na Fazenda Massapé de propriedade de seu marido. 


O casal teve sete filhos: Maria Helena Pinheiro Cardoso Marques, biografada neste livro;

. Maria Isa Pinheiro Cardoso de Brito Gonçalves, professora da URCA; • José Leonardo Pinheiro Cardoso, engenheiro, residente em Fortaleza;

. Maria Teresa Pinheiro Cardoso, graduada em ciências sociais;

• Maria Tamar Pinheiro Cardoso-Administradora, atual Secretária de Planejamento e Coordenação de Porteiras:

Fábio Pinheiro Cardoso, atual prefeito de Porteiras; . 

Maria Ines Pinheiro Cardoso Salles, professora do curso de letras da Universidade Federal do Ceará - UFC.




Com a morte de seu esposo, Aristarco Cardoso, D. Pinheira passa a residir em Fortaleza, visando melhor estudo para os filhos. Nunca, no entanto, abandonou seus estreitos laços com Porteiras. Estando sempre a  visitar a cidade . Por ocasião das festas de Nossa Senhora da Conceição em maio e dezembro de cada ano, D. Pinheira se fez presente como fiel devota e colaboradora das campanhas da paróquia porteirense.

Maria pinheiro Cardoso é autora do hino de Porteiras, juntamente com Josafá Vianna. Em 03 de dezembro de 2018 o município prestou homenagem inaugurando uma escola que leva seu nome no Sítio Vassourinha, na Chapada do Araripe, zona rural do município, foi inesquecível para familiares, amigos, convidados – que ainda não conheciam com propriedade a sua história – e principalmente para ela mesma, que acompanhava atentamente tudo o que se dizia. Ela recebeu flores e sorrisos dos jovens alunos, abraços de todos, e ainda fez um breve discurso de agradecimento pela homenagem.

Fonte: Personalidades da história de Porteiras – Escola Adalberto Leite Tavares




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