Maria Pinheiro foi, portanto, a primeira porteirense a torná-se professora com curso completo de normalista. Pinheira, como é chamada por todos, refere-se sempre ao período de estudos em Juazeiro com grata satisfação e agradáveis lembranças, tem especial carinho por aquela terra do Padre Cicero que considera sua segunda casa, depois de Porteiras. Em Juazeiro, cultivou várias amizades duradouras, amigos com os quais sempre se comunicou, entre eles, além dos colegas de escola, aqueles ligados as atividades de lazer e cultura. Entre seus amigos figura o poeta cearense Rogaciano Leite, de Fortaleza e que, por aquela época, passava longas temporadas em Juazeiro do Norte.
Em dezembro de 1946, logo após a colação de grau, atendendo ao pedido de seu pai, volta para sua terra natal para colaborar com a educação do município, Assume, no inicio de 1947, uma cadeira no ensino de jovens e adultos. Desde então, Maria Pinheiro Cardoso, mantém um vinculo muito estreito com Porteiras e com sua história. Entre suas características desponta a capacidade mediadora e conciliatória tanto nos assuntos de ordem pública como nos assuntos de âmbito privado. Jamais se negou a prestar solidariedade aqueles que a procuraram em busca de amparo e encaminhamento para problemas de toda índole. Sua conhecida simplicidade nunca esmacceu a elegância discreta de sua postura e de suas ações, movidas sempre por inquestionável sentido de ética. Um bom exemplo disso se deu nas eleições de 1954, ocasião em que seu pai, Franklin Pinheiro e seu esposo, Aristarco Cardoso, ambos participantes ativos no processo politico que culminou com a ascensão de Porteiras à categoria de município, foram indicados como candidatos naturais ao cargo de prefeito da cidade, pelas legendas que chefiavam: UDN e PSD, respectivamente. Na ocasião, Maria Pinheiro soube manter o clima de harmonia e transparência desejado em um processo eleitoral daquela natureza. Nas gestões administrativas do seu esposo, Aristarco Cardoso, a conduta de Maria Pinheiro não sofreu alterações, a solidez e sinceridade de seu afeto e de solidariedade para com o povo de Porteiras independeram sempre dos vínculos políticos que a fizeram mais de uma vez, assumir o posto de primeira dama do município. No seio familiar bem como no desempenho de suas atividade públicas os preceitos da caridade e ética cristas prevaleceram sempre.
Em 08 de dezembro de 1950, dia da Padroeira da cidade, casa-se com José Aristarco Sampaio Cardoso, na igreja de Nossa Senhora da Conceição, e passa a residir na Fazenda Massapé de propriedade de seu marido.
O casal teve sete filhos: Maria Helena Pinheiro Cardoso Marques, biografada neste livro;
. Maria Isa Pinheiro Cardoso de Brito Gonçalves, professora da URCA; • José Leonardo Pinheiro Cardoso, engenheiro, residente em Fortaleza;
. Maria Teresa Pinheiro Cardoso, graduada em ciências sociais;
• Maria Tamar Pinheiro Cardoso-Administradora, atual Secretária de Planejamento e Coordenação de Porteiras:
Fábio Pinheiro Cardoso, atual prefeito de Porteiras; .
Maria Ines Pinheiro Cardoso Salles, professora do curso de letras da Universidade Federal do Ceará - UFC.
Com a morte de seu esposo, Aristarco Cardoso, D. Pinheira passa a residir em Fortaleza, visando melhor estudo para os filhos. Nunca, no entanto, abandonou seus estreitos laços com Porteiras. Estando sempre a visitar a cidade . Por ocasião das festas de Nossa Senhora da Conceição em maio e dezembro de cada ano, D. Pinheira se fez presente como fiel devota e colaboradora das campanhas da paróquia porteirense.
Fonte: Personalidades da história de Porteiras – Escola Adalberto Leite Tavares
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