As obras
da transposição recomeçaram no início do último janeiro no município cearense
de Jati, que dista 525 quilômetros da Capital. Por lá, onde está o trecho mais
atrasado da transposição, por enquanto, ainda são 120 pessoas envolvidas no
trabalho de preparar a barragem já existente para receber as águas do Rio São
Francisco.
Mas os
trabalhos deverão ser intensificados porque a promessa, que é um dos grandes
desafios do projeto, é fazer com que as águas do Velho Chico cheguem ao Ceará
ainda em setembro do próximo ano, sendo despejadas no reservatório e dele
partindo para outras frentes.
Segundo o
ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, as obras desta e das demais
barragens que serão construídas no Ceará, que fazem parte da meta 2N, ainda vão
mobilizar 1.800 pessoas. No momento, a etapa está concentrada na implantação do
canteiro de obras e na preparação da barragem de Jati, com supressão vegetal,
destocamento e limpeza, estando também em atividade as equipes de fauna, flora
e de arqueologia.
Quando a
água chegar ao Jati, percorrendo aproximadamente 150 quilômetros desde Cabrobó,
em Pernambuco, passando ainda por Salgueiro (PE) e Penaforte (CE), o governador
do Estado, Cid Gomes, espera que seja dada funcionalidade ao projeto do governo
federal por meio de sua interseção com o Cinturão das Águas do Ceará.
"Ficaremos, no Ceará, com o melhor manejo de águas dos estados da
Transposição, com o Cinturão das Águas", garante Cid. O Cinturão se
constitui de um grande sistema de canais para a condução das águas do São
Francisco para a 93% do território cearense.
O
projeto, como um todo, envolverá um investimento de R$ 7 bilhões, com recursos
do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A primeira etapa do
empreendimento está em fase de licitação e os projetos das empresas
concorrentes foram recebidos na última semana, segundo o governo.
Distribuição
no Estado - Saindo de Jati, o Cinturão percorrerá 150 quilômetros, em cinco
lotes, passando pelos municípios de Brejo Santo, Porteiras, Abaiara, Barbalha,
Missão Velha, Crato e Nova Olinda. O valor orçado desta etapa é de R$ 1,6
bilhões, e a expectativa do governo é de que as obras comecem em maio.
"Nós
estamos procurando, através do Cinturão das Águas, já dar efetividade a essa
Transposição. E que não seja somente alimentar o açude Castanhão, mas que possa
também levar para outras regiões do Estado e ter um sub-pulmão, que é o açude
Orós. O Orós passará a integrar, de partida, com o Cinturão, na sua primeira
etapa, o Núcleo de Reservação do Estado, além do que ele já tem
capacidade", defende o governador.
Lote em
Jati - O lote no qual está incluída a barragem de Jati, o de número 5, recebeu
autorização do Ministério da Integração Nacional para o início dos serviços em
agosto passado, mas a ordem de serviço só foi emitida em dezembro último e as
obras só começaram em janeiro. Não há sequer 1% concluído deste trecho.
De acordo
com o ministro, houve problemas pelo fato de as jazidas previstas no projeto
não estarem em conformidade com a realidade. Outro motivo foi a demora na
licença ambiental para a supressão vegetal. A barragem vai levar ainda um ano e
meio para ser concluída, de acordo com a empresa responsável pela obra, a
Serveng. Além da reforma deste reservatório, serão construídas seis novas
barragens, sendo cinco no município de Brejo Santo e outro em Mauriti. A
extensão total deste lote é de 40 quilômetros, de Jati à divisa com Mauriti.
Contratada por R$ 518 milhões, esta meta deverá estar pronta em dezembro de
2014.
FONTE: Diário do Nordeste/ Welingtonlandim.com.br
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