Pesquisadores encontraram o menor
fóssil de camarão do Brasil, na Bacia Sedimentar do Araripe, município de
Jardim. Medindo 0,5 cm, o material foi encontrado em 2012 e apresentado na manhã
desta sexta-feira, 9, no auditório do Geopark Araripe, na cidade do Crato,
pelos pesquisadores Antônio Álamo Saraiva (Urca), Allysson Pinheiro
(Urca) e William Santana (Universidade Sagrado Coração - Bauru - São
Paulo).
O fóssil foi encontrado no espaço
onde havia uma construção civil sendo realizada. Ele começou a ser pesquisado
durante o ano passado, quando foi concluído que pertence à famíliaSergestidea, que
vivia em águas salgadas e existia no período Cretacio Inferior, cerca de 110
milhões de anos atrás.
"O importante não é o fato de
ele ser o menor do Brasil, mas ele ser o mais antigo ancestral desses camarões
que são comercializados hoje", explica o professor Álamo Saraiva. Segundo
o pesquisador, o material raro é muito importante para o rumo das pesquisas
sobre a espécie. "Camarão é muito difícil de fossilizar, porque o
exoesqueleto dele é muito fino", diz.
Estuário
no sertão
No mesmo material em que foi achada a espécie da família Sergestidea, também foi encontrado exemplar da família Kellnerius jamacaruensis, um caramarão que vivia em água doce, também no período Cretacio Inferior.
No mesmo material em que foi achada a espécie da família Sergestidea, também foi encontrado exemplar da família Kellnerius jamacaruensis, um caramarão que vivia em água doce, também no período Cretacio Inferior.
Essas duas espécias juntas são
evidência de um tempo no sertão cearense onde havia um estuário - ambiente
aquático de transição entre rio e mar, que sofre influencia de marés e águas
doces. "Isso mostra que o sertão não era um mar aberto, como muitas pessoas
acreditam", conclui Álamo.
Fonte: O Povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário