"Foi identificada uma hepatite bem diferente do que costumavam ver. As crianças tinham a icterícia, o amarelinho no olho, mas também tinham uma alteração muito importante da função do fígado. Essas crianças, muitas foram internadas, e tiveram exames muito alterados e algumas tiveram a completa destruição do fígado precisando de transplante, o que não é comum nas hepatites em crianças pequenas", explica Dra. Silvia Fonseca, infectologista do Sistema Hapvida
A médica aponta que por não ter sido detectado nenhum dos vírus comuns que causam a hepatite, ocorreram relatos relacionando a doença com a vacina contra a covid-19, o que foi descartado "muitas das crianças pequenas nunca tinham tomado a vacina de covid-19 e se apresentaram dessa maneira. Então, uma coisa a gente sabe, não é da vacina, porque 75% das crianças no Reino Unido não tem 5 anos de idade, que é a idade mínima para tomar a vacina".
Os testes dos pacientes apontaram a presença do adenovírus (55% dos casos na Europa) e do SARS-COV-2 (47 dos 307 casos na região europeia). "Foi identificado o adenovírus 41 e, em muitas crianças, o vírus que causa a covid, o SARS-COV-2. Então, hoje, nós não sabemos se está ocorrendo uma interação entre esses dois vírus e por isso está causando esse problema todo", diz a infectologista
Até junho, já foram registrados 920 casos suspeitos da doença em 33 países, de acordo com a OMS. O Brasil tem 96 casos sob investigação. "Nós temos alguns casos em investigação no Brasil, mas aproveito para dizer que, por enquanto, ainda é uma doença relativamente rara, e que as outras hepatites, principalmente, aqui no Brasil, nós temos a hepatite A e B, que tem vacinas distribuídas gratuitamente pelo programa nacional de imunização e, para quem contrair hepatite B e C, tem tratamento oferecido pelo SUS. Então, a hora não é de alarmes, e sim de atenção", finaliza Dra. Silvia.
A especialista orienta que na presença de algum sintoma de hepatite, as crianças devem ser encaminhadas para o atendimento médico.
Assessoria ComMonike
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