sábado, 15 de setembro de 2012

CARREIRA E INTIMIDADE DO JORNALISTA PORTEIRENSE ANTÔNIO VICELMO


De bem com a vida, 48 anos no ar, aos setenta anos de idade, o homem do rádio abre seu coração em momentos de descontração na sua residência ao Sopé da Chapada do Araripe, numa manhã  de sexta-feira, 31 Ago/2012, de muita  paz e bom astral.
 
 Um dos  mais respeitados porta-voz da notícia  matutina caririense, Antonio Vicelmo, faz um balanço do ontem e de hoje, da sua carreira no rádio desde de 1965 quando tudo começou. Vindo de Porteiras-Ce, aos 20 anos de idade para seguir seus estudos no Crato ou para pelo menos freqüentar  a escola, como disse ele; Entrou para o movimento estudantil  da “UEC”- União dos Estudantes do Crato, onde  na época, existiam dois programas de rádio, um, “A UEC  EM MARCHA” , na Rádio Educadora, o outro,”A VOZ DO ESTUDANTE” apresentado na Rádio Araripe. (emissoras do Crato).

O  COMEÇO NO RÁDIO

A novidade e a curiosidade do jovem estudante Vicelmo, ao se deparar com um gravador que existia no IBEU- Instituto Brasil Estados Unidos, lhe chamou a atenção, por ser  uma atração à parte para todos os estudantes de varias cidades, que lá  estudavam. Vicelmo matou sua curiosidade, ao testar sua voz  no gravador, imitando as vozes de dois grandes locutores famosos, dos quais ele era fã, como: RAMOS GALHERA E LUIZ  JATOBÁ, ao gravar dois comerciais que ele já sabia de cor, surpreendeu a turma, e.. Tome elogios! Assim completa Vicelmo: “Eu peguei corda e fui fazer o programa a voz do estudante e até hoje estou no rádio, o primeiro noticiário jornalístico chamava-se, Rádio Repórter, depois, Jornal do Cariri. Todos na Radio Sociedade Educadora AM, onde estou até hoje”, Concluiu. Vicelmo contrariou a si próprio, e ao seu Pai também, com a “infuca“ de ser locutor de rádio, fato adverso do que imaginava para seu projeto de vida, pois seu pai não iria gastar dinheiro para esse fim.

FAÇO UM JORNALISMO AO CONTRÁRIO DOS MANUAIS,  DISCIPLINADO.

"Quem não conhece o rádio na sua intimidade, espera que seja um locutor, disciplinado, bem comportado, muito sério, vão encontrar um Vicelmo descontraído  como se estivesse na minha casa, as vezes eu chego ao ponto, de colocar meus pés em cima da mesa, de falar de forma descontraído, porque eu descobri que não era bom muita formalidade, esse é meu jeito de ser". Perguntei: "Às vezes nesse jeito de ser, você deixa escapar o som de pequenos  “ARROTINHOS” não é?" Respondeu:  "Não..não são pequenos  arrotinhos não, são “ARROTÕES” mesmo, tosse e tudo. Por exemplo: existe outro conceito quando você vai para um Estudio, digamos da Rádio Globo, para qualquer locução, eles colocam ar, inseticida para não correr o risco de uma mosca entrar na boca coisa e tal.. e um cuidado especial para o locutor não falar antes  do noticiário para não estragar a voz, não fumam, tossir no microfone nem pensar, então eu descobri que se eu fosse  me preocupar com tudo isso, eu iria passar o noticiário todinho pedindo desculpas ao povo, ai, achei melhor mesmo foi fazer do meu jeito, já que não daria para fazer o noticiário dentro dos padrões normais, então comecei a fazer comentários, piadas e tem dado certo!"

VICELMO MAIS UMA VEZ  SEM FUMAR

O vício do cigarro, vem desde seus 18 anos de idade, com uma parada em 1990 quando realizou sua cirurgia, que o tornou um homem “safenado”, passando dez anos sem fumar,  Voltou até o ano passado e depois de outro susto, quando apresentava o jornal do cariri 1ª edição, teve que parar, por orientação médica e cuidando mais de sua saúde, onde aconselha as pessoas a não fumarem pois realmente o fumo faz mal. Lembra Vicelmo que ele fumava sem tragar. (Se não tragava era charme?) respondeu: “Não, era vício..sem-vergonheza.. Um bocado de coisa, mas que dá vontade dá.

O DESABAFO  PELO VÍCIO.

DISSE: “ Se por acaso, eu descobrir que eu teria uma grave doença, e o médico falar que não tem jeito, a primeira coisa que faço é comprar o fumo.. colocar no cachimbo, ficar de cócoras  no canto da parede e fumar até morrer.”

AOS 48 ANOS NO AR E 70 DE VIDA, VICELMO NÃO PENSA EM PARAR.

Declarou Vicelmo: Não penso totalmente em parar, só se for obrigado, já deixei de fazer o jornal do meio-dia, agora só o da manhã, é quem está me sustentando profissionalmente, se por um lado eu sinto saudades dos noticiários das besteiras, por outro lado estou mais dedicado à minha família, minha casa, eu estou muito feliz com isso, vivo uma nova fase da minha vida, já não amanheço mais pensando em cumprir pauta do jornal, eu anoitecia e amanhecia pensando nisso, agora tenho tempo para o meu trabalho de carpinteiro em casa, tenho uma nova vida. ( finalizou.)

Quem olhar bem para o Vicelmo, é perceptível  que  sua felicidade está realmente  em casa ou na rua, junto aos amigos ou no trabalho, Vicelmo além de marceneiro, tem paixão por aparelhos de rádios antigos, da década de sessenta. Sua coleção é de fazer inveja, têm nela uma raridade da marca SEMP ainda com caixa de baquelite, um material que antecedeu o plástico.

No final da entrevista, Vicelmo quis me enrolar quando lhe perguntei sua idade, mas não teve jeito, abriu o jogo e confessou que é um SETENTÃO muito feliz. Assim ele me disse: “completei 70 anos bem vividos, amando intensamente e sendo amado.”    


( só posso dizer que você merece, que Deus lhe proteja e lhe dê mais 70)  

Ed. Alencar. - Radialista/Repórter

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